Flacidez na pálpebra inferior
- Kênia Colares
- 11 de mai. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 30 de ago.

A flacidez na pálpebra inferior faz parte do processo normal de envelhecimento. O efeito do avanço dos anos na pálpebra inferior e na região periorbital trazem a aparência de cansaço ao semblante.
Essa frouxidão tem razões intercambiáveis, é uma soma de fatores, como a perda de colágeno e elastina, a reabsorção óssea, a perda de depósitos de gordura na região do malar de modo que a face, como um todo e também as pálpebras inferiores vão perdendo suporte e "derretendo".

E para tratá-la, muitos recorrem à cirurgia. Embora de fato, o tratamento cirúrgico seja a melhor indicação em certas situações, a verdade é que muita gente tem receio de se submeter a uma blefaroplastia inferior, por conta de uma possível retirada de excesso de pele, impedindo que o olho se feche normalmente ou ainda gerando uma ptose palpebral. Já ouvi isso de pacientes que conhecem outras pessoas que fizeram e tiveram esse problema. E para aqueles que não querem fazer uma cirurgia sejam por estes ou outros motivos, alguns tratamentos não-cirúrgicos podem amenizar a flacidez nessa área trazendo excelentes resultados. Entre eles, podemos citar lasers, bioestimuladores, preenchedores, peelings e outros.
Todos eles podem trazer bons resultados, a depender da condição da pele de cada paciente e de suas expectativas. Por exemplo, alguém que tenha uma flacidez considerável na pálpebra inferior e queira fazer um preenchimento acreditando que o mesmo resolverá o problema, está enganado. Essa área por ter uma pele fininha, por si só, ainda que seja em alguém mais jovem, não é uma região fácil de tratar com preenchedor, qu anto mais uma pele com grau acentuado de flacidez. Para esticar grande quantidade de pele frouxa, demandará maior quantidade de preenchedor de ácido hialurônico (AH), o que de modo algum é recomendado para essa área, por risco de causar um edema persistente, nódulos, efeito Tyndall ou ainda, uma compressão e/ou oclusão vascular, fora o efeito inestético que é o contrário do que a pessoa está esperando. Ou seja, nem todo tratamento é indicado para toda pessoa.
Entre os lasers, temos o CO2 fracionado que faz uma boa retração de pele e costuma trazer bons resultados. O número de sessões pode variar dependendo do grau de flacidez e da expectativa do paciente.
Os bioestimuladores, como ácido poli-l-lático e hidroxiapatita de cálcio, embora não sejam indicados para aplicação na pálpebra, pode ser aplicado nas regiões próximas, como no malar e têmporas, beneficiando indiretamente as pálpebras.
Já em relação aos peelings, o meu preferido para essa região é o PEELING DE FENOL LIGHT. Como ele tem uma fórmula menos concentrada e é aplicado de forma localizada e não na face inteira, não necessita monitoramento sistêmico, pois não tem o risco de intoxicação cardíaca, hepática ou renal, como a versão mais concentrada e aplicado de maneira global. Entretanto, ainda que seja menos concentrado, tem uma boa capacidade de retração da pele, o que reduz muito a flacidez da pálpebra.
Antes de qualquer tratamento, um teste de retração palpebral é feito para averiguar o nível de flacidez e propor o procedimento mais adequado de acordo com cada caso, levando em conta também as expectativas e o orçamento do paciente.

Antes e depois do peeling de fenol light nas pálpebras.
ATENÇÃO: No dia 24 de junho, a ANVISA adotou medida cautelar proibindo a fabricação, venda e uso do fenol na saúde estética, através da Resolução Nº 2.384, DE 24 DE JUNHO DE 2024, em função do episódio ocorrido com a influencer e o uso indevido do fenol. Dessa forma, até que a ANVISA volte atrás na decisão, o procedimento não será realizado. Embora, vale ressaltar que o fenol é usado há muitos anos na saúde e estética, tendo já diversas publicações sobre seu uso e eficácia, DESDE QUE USADO DA FORMA CORRETA, COM A INDICAÇÃO CORRETA E FEITO POR PROFISSIONAL HABILITADO PARA TAL, DENTRO DAS NORMAS DA SUA CATEGORIA PROFISSIONAL.
É mister dizer ainda que o FENOL APLICADO DE FORMA LOCALIZADA como nas pálpebras, por exemplo, NÃO É CARDIOTÓXICO, devidamente comprovado por estudos científicos ( clique aqui), e por isso, não requer aparato hospitalar, podendo, portanto, ser feito em consultório. Compartilho o trecho deste estudo que deixa claro que o peeling de fenol localizado não traz problemas cardíacos.
"In light of what was exposed, it is necessary to highlight that the application of phenol on small areas of the body, like around the eyes, is safe and doesn’t lead to cardiovascular complications; in these cases, pigment alterations, secondary infections and prolonged erythema were reported (GATTI, 2008)"
A citação é do autor/pesquisador GATTI, publicado em 2008 nos Anais de Cirurgia Plástica, em Boston, Estados Unidos.
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Kênia Colares é graduada em Nutrição, Biomedicina com habilitação em Estética, Ciências Biológicas Pedagogia, Teatro e pós- graduação em Fitoterapia, Procedimentos Estéticos Injetáveis, Nutrição com Ênfase em Obesidade e Emagrecimento, Nutrição Clínica, Estética e Cosmetologia e Literatura Infantojuvenil. É também Técnica em Paisagismo pelo INAP e, nas horas vagas adora projetar jardins e escrever livros para a infância. Já publicou 33 obras literárias para a infância, algumas inclusive, com foco em educação alimentar.. E quando sobra tempo, ainda produz novos títulos.



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