Oclusões vasculares em preenchimentos dérmicos são raras
- Kênia Colares
- 11 de mar. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 30 de ago.

Neste artigo sobre comprometimento vascular em detrimento de uso de preenchedores, os autores, dois médicos, num período de 10 anos, tiveram oito pacientes que apresentaram evidência de comprometimento vascular de um total de 14.355 injeções de preenchimento (0,05%). Eles observaram quatro casos após injeção com hidroxilapatita de cálcio (CaHA) (de 1.482 injeções totais; 0,27%), quatro casos após injeção com HA monofásico volumizador (Juvéderm Voluma) (de 4.321 injeções totais; 0,09%) e um caso resultante do tratamento com HA bifásico (Restylane) (de 3.348 injeções; 0,03%). Um paciente foi tratado com CaHA e AH monofásico volumizante e é contado em ambos os grupos. Em todos os casos, a técnica de injeção não foi registrada. Os autores normalmente usam uma combinação de injeção anterógrada e de depósito ao revolumizar. Além dos casos próprios dos autores, durante a prática de pesquisa, quatro pacientes tratados com preenchedor apresentaram evidências de comprometimento vascular.
Uma revisão clínica de 12 casos publicada no Journal of Clinical and Aesthetic Dermatology descobriu que menos de 0,05% de todas as injeções cosméticas resultaram em algum grau de oclusão vascular (OV). Além disso, a maioria dos casos de oclusão vascular são menores e podem ser resolvidos sem cicatrizes ou outras lesões duradouras
Assim é possível afirmar que a ocorrência de eventos vasculares adversos é extremamente rara. E como você leitor pode ver acima através dos artigos, a OV pode acontecer com qualquer injetor, desde os mais experientes aos novatos, sejam médicos, biomédicos, dentistas, esteticistas, etc. E quando ocorrem, grande parte das vezes, se dá com o uso de agulhas, por isso para certas áreas, muitos profissionais preferem as cânulas. As cânulas têm se mostrado muito mais seguras, pois possuem a ponta romba (não cortante) que não lesionam os vasos. No entanto, embora sejam mais seguras, é possível também uma OV se o injetor, empregar muita força para movimentá-las dentro da pele, se utilizar o plano errado para seu uso de acordo com cada região da face/corpo e ainda, se fizer uso de uma cânula muito fina. O ideal é utilizar cânulas 23G ou 22G. Dificilmente uma cânula com estes calibres causará uma oclusão vascular por infiltração, porque sua ponta é arredondada e seu diâmetro é maior, mas de qualquer forma, há que se considerar os outros fatores envolvidos, como por exemplo a quantidade e a reticulação do preenchedor para cada área específica. Se utilizarmos um gel de alta reticulação em certa quantidade para a área de pálpebras, por exemplo, provavelmente teremos uma oclusão, por conta do peso desse gel sobre os vasos, causando uma oclusão por compressão externa. Então o injetor deve ser cauteloso, além de conhecedor os produtos com os quais irá trabalhar, as ferramentas e a anatomia.

Mas novamente, tranquilizando, mesmo com uso de agulhas, a incidência de casos de OV é pequena. Além disso, a maioria das oclusões são solucionadas completamente, sem sequer deixarem cicatriz. O importante é que seu injetor saiba tratá-la e esteja te acompanhando para que caso isso ocorra, possa entrar em ação rapidamente. E embora o aumento do uso da cânula possa ajudar ainda mais a mitigar a incidência de eventos oclusivos, certas indicações, localizações anatômicas e necessidades do paciente podem favorecer a injeção com agulha. Somente o injetor responsável pelo tratamento, após levar em consideração fatores específicos do paciente, bem como o local a ser tratado, é que pode determinar se uma agulha ou uma cânula é mais apropriada. Em tempo vale dizer, que oclusão vascular e hematomas são coisas diferentes. Enquanto o primeiro é uma ocorrência grave e rara, os hematomas são intercorrências simples e frequentes.
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Kênia Colares é graduada em Nutrição, Biomedicina com habilitação em Estética, Ciências Biológicas Pedagogia, Teatro e pós- graduação em Fitoterapia, Procedimentos Estéticos Injetáveis, Nutrição com Ênfase em Obesidade e Emagrecimento, Nutrição Clínica, Estética e Cosmetologia e Literatura Infantojuvenil. É também Técnica em Paisagismo pelo INAP e, nas horas vagas adora projetar jardins e escrever livros para a infância. Já publicou 33 obras literárias para a infância, algumas inclusive, com foco em educação alimentar.. E quando sobra tempo, ainda produz novos títulos.
REFERÊNCIAS:
Management of a Vascular Occlusion Associated with Cosmetic Injections https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7028373/



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