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Cálculos renais e o chá de "quebra-pedra"




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Entre as plantas medicinais, existe uma delas muito conhecida pelo nome de "quebra-pedra". A especie Phyllanthus niruri L faz jus ao nome popular, afinal existem diversos estudos científicos que atestam seu efeito na litíase renal, ou seja, nas famosas pedras nos rins, que atinge uma gama enorme de pessoas no Brasil e no resto do mundo.


Na verdade existem várias espécies do gênero Phyllanthus, no entanto a mais utilizada e comumente encontrada no Brasil, é a Phyllanthus niruri, mas a Phyllanthus amarus e Phyllanthus tenellus também são consideradas.


A "quebra-pedra" é muito usada na medicina popular para o tratamento de cálculos renais. Usada em forma de chá, feito com suas folhas e caules, de sabor amargo, atua na eliminação de cálculos, desobstruindo as vias urinárias. Tem ação purgante, sudorífera, antibiótica e diurética. Auxilia no tratamento da diabete, icterícia e hepatite B e, mais recentemente, pesquisadores concluíram que ela é capaz de estimular o sistema imunológico. Alguns cálculos são formados por oxalato de cálcio e substâncias orgânicas: os glicosaminoglicanos. O chá desta planta impede que estas moléculas se unam aos cristais de oxalato, evitando que os cálculos se formem e até mesmo regredindo o tamanho do cálculo. Como relaxa o sistema urinário, ajuda também a expeli-lo. Sua indicação dentro da Farmacopeia Brasileira é para os casos de litíase urinária( cálculos no aparelho urinário: rins, uretra, bexiga).


A tese de doutorado de autoria de Nídia Denise Pucci, mostrou que houve redução significativa do número de cálculos renais na maioria dos pacientes estudados após o uso do Phyllanthus niruri, além de ter confirmado a segurança da erva, por não provocar efeitos adversos significativos. Reforçando esta constatação, outro estudo demonstrou que a administração por três meses do chá preparado com 20 g do pó da planta, em 500 mL de água, para consumo durante o dia – dose estimada em 28,60 mg/kg de peso corporal), em dez pacientes portadores de calculose renal, não causou alterações dignas de nota ou que pudessem ser relacionadas a efeitos tóxicos do produto (acompanhamento ambulatorial com avaliação clínica quinzenal ou mensal, exames laboratoriais sanguíneos e urinários, urocultura e avaliação radiológica).


Finalizando, embora seja boa para tratar os cálculos renais, o chá de quebra-pedra, não deve ser utilizado por gestantes e mulheres em face de amamentação. Ainda, seu consumo acima das recomendadas pode causar diarreia e hipotensão arterial. O chá é preparado sob infusão, fervendo uma xicara de chá (200 ml) de agua quente e adicionando uma colher de sobremesa da planta triturada, em seguida tampar e deixar descansar por cerca de 10 minutos. Não se deve consumir por mais de 3 meses seguidos. No entanto, para melhor controle e segurança, considerando a individualidade de cada pessoa, é ideal fazer o consumo sob acompanhamento do nutricionista ou médico.

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Kênia Colares é graduada em Nutrição, Biomedicina com habilitação em Estética, Ciências Biológicas Pedagogia, Teatro e pós- graduação em Fitoterapia, Procedimentos Estéticos Injetáveis, Nutrição com Ênfase em Obesidade e Emagrecimento, Nutrição Clínica, Estética e Cosmetologia e Literatura Infantojuvenil. É também Técnica em Paisagismo pelo INAP e, nas horas vagas adora projetar jardins e escrever livros para a infância. Já publicou 33 obras literárias para a infância, algumas inclusive, com foco em educação alimentar.. E quando sobra tempo, ainda produz novos títulos.




REFERÊNCIAS:


BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2011.126p


Phyllanthus niruri (Quebra-Pedra) as a Cure for Kidney Stones: a Proposal in Support of its Classification for Simplified Registration as a Phytomedicine Available from: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/19182/2.pdf?sequence=2&isAllowed=y


LORENZI, H. MATOS, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil – Nativas e Exóticas. São Paulo: Instituto Plantarum de estudos da Flora, 2002.


Documento Técnico DEXTRU - Divisão de Extensao Rural CDRS- Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável SAA – Secretaria de Agricultura e Abastecimento . GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO.



Efeitos do Phyllanthus niruri em parâmetros metabólicos de portadores de litíase urinária . https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-22092017-153103/publico/NidiaDenisePucci.pdf


The effect of Phyllanthus niruri on urinary inhibitors of calcium oxalate crystallization and other factors associated with renal stone formation. https://bjui-journals.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1046/j.1464-410X.2002.02794.x


SANTOS, M.S.; DAOLIO, C.; FERREIRA, A.G.; FERREIRA, M.M.C.; FIGUEIRA, G.M. Uso da RMN de 1H alidada a quimiometria no controle de qualidade do fitoterápico ‘quebra-pedra’. XXIX Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, SBQ, Águas de Lindóia, 2006. Disponível em https://sec.sbq.org.br/cd29ra/resumos/ T0824-2.pdf


Espécies medicinais comercializadas como “quebra-pedras” em

Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. https://www.researchgate.net/publication/262522315_Medicinal_species_sold_as_quebra-pedras_in_Porto_Alegre_Rio_Grande_do_Sul_Brazil

 
 
 

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