O Botox pode me deixar com ptose palpebral?

Para início de conversa, a resposta é sim. A toxina botulínica ou Botox( marca pela qual a toxina se popularizou) pode causar uma ptose na pálpebra. Mas calma, não é pra se apavorar. Na verdade, isso ocorre muito raramente. Mas por que isso ocorre?

Algumas pessoas pensam que isso se deva ao fato de ter aplicado a toxina na pálpebra, mas não é isso que ocorre. O que leva à ptose palpebral é o fato da toxina atingir o músculo levantador da pálpebra superior que percorre até a parte posterior da órbita e para afetá-la é necessário que se coloque toxina atrás da membrana orbital, e pra isso requer uma injeção profunda ou ainda se houver a pressão do local onde foi aplicada a toxina, fazendo com que ela migre e atinja o músculo.

No caso de injeção profunda, é verdade que há partes da face em que se deve fazer injeções profundas, e outras que requerem injeções superficiais. Então precisamos conhecer a anatomia do rosto, para saber onde é seguro fazer aplicações de forma profunda e onde é seguro fazer aplicações mais superficiais. Se tratando especificamente da região ao redor dos olhos, na parte superior onde está o músculo corrugador, na porção mais próxima à linha da pupila, precisamos fazer aplicações superficiais, porque qualquer coisa diferente disso, é arriscado.

Músculo levantador da pálpebra superior (EM VERDE)

Uma injeção profunda nessa região poder causar uma ptose, que pode demorar meses, normalmente de 3 a 4 meses, para regredir e a pálpebra voltar ao normal.

Mas se tratando da outra causa, a pressão, caso ocorra pode também levar a esse efeito indesejável. Quando o local é pressionado, seja com a mão ou pelo fato de dormir com o rosto no travesseiro, a toxina pode migrar, ou seja, sair do lugar onde está e ir parar no músculo elevador da pálpebra, causando a queda da pálpebra que pode ser total ou parcial. Por isso é importante o paciente seguir as recomendações do seu injetor e dormir nos primeiros dias com a cabeça para cima, de modo que não vire e pressione os locais de aplicação.

Dessa forma, fica evidente que conhecer a anatomia facial é extremamente importante para se trabalhar com segurança e evitar complicações. Um profissional que tem bom conhecimento e maneja bem as ferramentas e técnicas, executará uma aplicação de toxina botulínica, que não trará problemas inestéticos ao paciente. E de igual modo o paciente que segue à à risca as recomendações do seu injetor, também evitará problemas como este e outros. Não adiantará de nada se o profissional executar bem o seu trabalho e o paciente ter atitudes que comprometem o resultado. Por isso, o termo de consentimento esclarecido, deve ser sempre assinado pelo paciente após o injetor informar com clareza todos os detalhes e implicações do tratamento.

Mas fique tranquilo, já apliquei diversos toxinas, tanto em mim como em outras pessoas e não tivemos ptose. Todos pacientes seguiram à risca as minhas recomendações, até eu mesma (risos). Fazendo isso, não teremos problemas.

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Kênia Colares é graduada em Nutrição, Biomedicina com habilitação em Estética, Ciências Biológicas Pedagogia, Teatro e pós- graduação em Fitoterapia, Procedimentos Estéticos Injetáveis, Nutrição com Ênfase em Obesidade e Emagrecimento, Nutrição Clínica, Estética e Cosmetologia e Literatura Infantojuvenil. É também Técnica em Paisagismo pelo INAP e, nas horas vagas adora projetar jardins e escrever livros para a infância. Já publicou 33 obras literárias para a infância, algumas inclusive, com foco em educação alimentar.. E quando sobra tempo, ainda produz novos títulos.